Estamos numa fase mundial complicada lutando contra um inimigo implacável e muitos cientistas mundo afora correm em busca de soluções que nos ajudem a combater esse vírus terrível.
O fato novo, que veio à tona recentemente, foi a pesquisa realizada e liderada pelo pesquisador Carlos Priminho Pirovani, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Santa Cruz (DCB/UESC), de Ilhéus –BA, divulgada pelo portal da universidade (*) e atualizada em 22 de junho de 2020, apontando que o cacau poderá contribuir para toda a sociedade.
Seus estudos concentram-se na avaliação potencial das enzimas presentes no cacau para atuarem contra as proteases(**) presentes no vírus. Pirovani, explica que “essas proteases atuam como tesouras cortando as grandes moléculas do vírus, o que torna capaz de infectar o nosso organismo. No laboratório de Proteômica da Universidade, testamos a hipótese de que alguns inibidores que encontramos em proteases do cacau possam bloquear o efeito das tesouras do Coronavírus”.
O pesquisador complementa que “a ideia surgiu na UESC de desenvolver o estudo, onde a equipe já trabalha com moléculas do cacau (inibidores de protease) desde 2005 e já testávamos essas moléculas contra diferentes doenças e decidimos aplicar o nosso trabalho para ajudar, por meio da ciência, a combater a pandemia da Covid-19. Como as proteases do Coronavírus são alvos promissores para a criação de drogas inibidoras, decidimos realizar os testes e verificar se os inibidores que encontramos no cacau são eficazes e podem gerar um medicamento contra a doença.” Ele acrescenta que a sua equipe vem recebendo mensagens motivadoras de outros pesquisadores do exterior a continuar com a pesquisa.
Pirovani realça a sua posição, diante de um cenário onde todos buscam um medicamento já existente, deixando seu ponto de vista: “Enquanto a maioria busca reposicionar drogas já existentes para que sejam utilizadas contra a Covid-19, como é o caso da cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e corticoide nossa abordagem envolve posicionar novas drogas. Nesse caso, ainda temos o aditivo de usar moléculas naturais que já produzimos em nosso laboratório. Assim, esperamos desenvolver moléculas que sejam efetivas não só contra o Coronavírus, mas também outras viroses”, complementou.
Contudo diante do desafio de uma comorbidade em estágio de pandemia, a pesquisa da UESC procura provar que os princípios ativos do cacau são realmente efetivos contra as proteases do vírus. Segundo Pirovani, independentemente dos resultados finais, os obtidos até agora, inicialmente, em computadores, já indicam o caminho para o desenho de moléculas promissoras a partir das substâncias presentes no cacau.
A notícia divulgada pelo portal da universidade aponta um grande otimismo por parte de toda equipe, com os avanços dos estudos e que testes serão importantes agora para avaliar essas substâncias quanto a sua toxidade junto às células humanas.
Esse estudo envolve outros pesquisadores de outras universidades como um trabalho multidisciplinar para atender a amplitude que essa pesquisa exige, formatando uma busca técnica de grande envergadura para suas comprovações científicas.
Contudo, pode estar no nosso querido cacau a ótima notícia que todos nós esperamos.
Torcemos pelo sucesso!